A Igreja cumpre a sua missão quando dá testemunho da misericórdia de Jesus com palavras e obras. Que bela realidade de fé em nossas vidas: a misericórdia de Deus! Quão grande e profundo é o amor de Deus por nós! Um amor que nunca falha, sempre nos segura a mão, nos apoia, nos eleva e nos guia. Um amor que se torna próximo, misericordioso e carinhoso.

Em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio (2014), o Santo Papa João Paulo II reafirma o papel pastoral da igreja na preparação, orientação da celebração, acompanhamento pós-matrimonial e o atendimento às situações irregulares. Para ele, “o matrimônio e a família constituem um dos valores mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar sua voz e oferecer sua ajuda”.

Da mesma forma, o Pontifice Francisco, em Amoris Laetitia (2016), se dirige aos casais que sofrem diante de uma situação frágil ou irregular no matrimônio, como o divórcio e uma nova união, e que estão afastados do convívio na Igreja, fazendo um apelo aos pastores e membros leigos para que olhem essa realidade com compaixão e não apenas com a frieza da lei canônica

E com esse propósito, o Papa Francisco, como pastor de nossa Igreja e preocupado com o seu rebanho espalhado pelo mundo inteiro, propôs uma ação pastoral específica denominada Pastoral Judiciária (PasJud), para acompanhar essas pessoas divorciadas e separadas no caminho que antecede o processo, durante o processo, e no pós- sentença, seja ela positiva ou negativa de nulidade matrimonial.

O Papa Francisco, em 2015, promulgou uma nova legislação sobre os processos de Nulidade do Matrimônio. Desta reforma, ele pede aos Tribunais da Igreja que não sejam somente um mero serviço burocrático, frio, distante, mas que as estruturas e os procedimentos sejam pastorais.

Os objetivos básicos da Pastoral Judiciária (PasJud) são:

1º) Para que seja uma Igreja em saída, que não fique esperando que as pessoas procurem o Tribunal, mas que vá ao encontro dos que vivem separados ou em nova união para acolhê-los e inseri-los na caminhada da Igreja;

2º) Para que a Pastoral Judiciária, por meio de um trabalho específico, auxilie as pessoas na elaboração do pedido de nulidade, no recolhimento dos documentos e no encaminhamento para o Tribunal, facilitando assim o acesso destas pessoas à justiça da Igreja e humanizando todo este procedimento.

A PasJud deve ir ao encontros destes fieis separados ou divorciados! Ver se há possibilidade de reconciliação entre o casal, e se não houver, conduzi-los numa caminhada em busca da verdade até o Tribunal Eclesiástico. Lá o processo será julgado e sentenciado, e irá dar as respostas a estes fiéis que sofrem com a separação pela qual passaram.

O Papa Francisco quer que a igreja vá buscar os casais que, pela sua condição atual, tenha abandonado a prática religiosa. Esta aproximação precisa acontecer em toda a paróquia, e todos precisam ter esta preocupação, não só realizar algumas visitas, mas também, aos poucos, ir resgatando e inserindo esses fiéis na caminhada da igreja.